terça-feira, 15 de julho de 2014
Invernia!
Deixou-se de lado a alegria,
pois no forte da ventania,
o frio fez morada eterna, a invernia!
Do tempo que escorre à revelia,
Da ampulheta, do livro da vida,
descrevo o nada, a nostalgica ida.
Descem em letras cascatáveis,
poemas à mão cheia indubitáveis,
de sonoridade efêmera à alma.
Do livro a poesia se fez ausente,
da rima ao trocadilho da mente,
sofre-se a ausência na invernia.
Humildes, o poeta e o frio descambam,
ao descampado silêncio do coração,
na última chamada da poesia-canção.
Do cimento à flor que gera anseio,
a tua pele macia ou te velho seio,
Nada impede a triste orvalhada...
E neste fundão de mundo se gera,
a mais tranquila e faminta megera
das noites frias do pago, ao vento pampeiro.
Mostra-se um enorme mesanino,
onde rabisca,a figura de um menino,
no velho livro que disfarça o ladino.
Somos todos poetas do anoitecer,
não do frio, não de noites a gemer
como o velho catavento no quintal.
Na orfandade do belo e do galanteio,
sofre o velho livro a ausência da letra,
a embelezar em claro e doce anseio!
Godilinha - 13:28 - 21/06/2012
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